segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O CABULA

O nome Cabula de origem africana, é atribuído a um ritmo quicongo religioso. Como havia muita floresta com muita árvore nativa e os sacerdotes quicongos utilizavam as matas para os rituais, dai  o bairro tomar o nome desse ritmo.
As terras inabitadas eram ocupadas por goiabeiras e acolheram o povo negro que fugiam da escravidão. É provável que estes recebiam ajuda de povos indígenas que habitavam o local, para se esconderem. Há indícios de que índios viviam na região, como o fato de existirem nomes de locais com origem indígena, como Pernambués cujo significado é "mar feito à parte" ou "tanque de água".
 O Cabula ficava fora dos limites urbanos da cidade, o que possibilitou a instalação dos povos negros e dos quilombos do Cabula, Beiru e Engomadeira.
Os bantus chegaram ao Brasil no século XVI e fundaram o quilombo do Cabula, como ponto de resistência à escravidão. Foi destruído em  1807, quando João Saldanha da Gama, o então governador da capitania da Bahia, mandou invadi-lo. As casas do arraial foram destruídas e setenta e oito negros foram presos.
O Beiru
 O bairro do Beiru/Tancredo Neves está situado onde no século XIX era a Fazenda Campo Seco. Uma parte dessas terras teria sido doada em 1845, pela família Silva Garcia a um ex-escravo de origem iorubá, Gbeiru. A fazenda tornou-se um quilombo que abrigava negros fugidos e libertos. Com a sua morte, o lugar tornou-se a Fazenda Beiru.
Engomadeira
Há duas explicações para a origem do nome Engomadeira, uma seria por causa das mulheres que lavavam e engomavam as roupas dos soldados do Quartel do 19ºBC, e a outra explicação seria que o nome tem origem bantu "ngoma" que significa tambor.
No vale situado entre o bairro de Engomadeira e Beiru/Tancredo Neves corre o rio Saboeiro, onde havia uma cachoeirinha. Atualmente, o rio recebe uma carga considerável de esgotos domésticos da região.



Terreiro do bate folha




O terreiro Bate Folha, de nação angola é uma forte marca do bairro. Fundado oficialmente em 1916, foi reconhecido em 1993 pela Prefeitura Municipal de Salvador como de utilidade pública. Pelo Ministério da Cultura, foi reconhecido como um Território Cultural Afro-Brasileiro, sendo hoje tombado como patrimônio histórico do Brasil pelo IPHAN.
Da exuberante e densa natureza do local restou apenas a vegetação do Terreiro do Bate Folha, a lagoa do Prata e a lagoa do Urubu, nas proximidades da BRASIlGÁS, já bastante assoreadas.

Ainda no século XVI, Antônio de Ataíde primo de Tomé de Souza recebeu em doação muitas terras do Cabula, depois arredou todas ao senhor Natal Cascão que aqui se estabeleceu.

Até os anos de 1940 o que predominava no bairro eram chácaras e fazendas, que foi um dos elementos marcantes na ocupação da área, cuja a principal produção era de laranjas.
Produzia laranja baia ou laranja de umbigo, assim chamada em razão do apêndice polposo característico dessa subespécie. Não possui semente, reproduz-se através de mudas e enxertia.


Fonte: quitandinhaemcasa


Foi posteriormente levada para a Califórnia e se espalhou por outras partes do mundo com o nome de Washington Navel. Aqui entre os anos de 1940 e início de 1950, ocorreu uma praga que destruiu os laranjais. As laranjas foram produzidas comercialmente até a década de 60, quando teve início o processo de ocupação urbana da área. O jornal A tarde publicou em 14 de janeiro de 1984, um artigo "Dos laranjais aos conjuntos", expressando a importância deste acontecimento para a formação do bairro.

Você sabia que o Cabula foi produtor de laranjas?

Com a  destruição dos laranjais, as fazendas foram vendidas e divididas em lotes menores.
Mais tarde, o Exercito brasileiro arrecadou as terras onde hoje fica o 19º Batalhão de Caçadores. Foi o Quartel que estimulou a ligação do Cabula com outros lugares e construiu as estradas das Barreiras e Saboeiro para transitar as tropas da guerra da Independência, porém a estrada das Barreiras data de muito antes.



FESTAS

Há mais ou menos 50 anos, na Semana Santa, havia queima de Judas e corrida de saco, corrida com ovo na colher. 




No São João as pessoas armavam fogueiras, iam à casa do outro tomar licor.





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